quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Crônica: Dias das Crianças: filhos - amor incondicional

Tanto tempo vivi o presente dia 12 de outubro como o ator principal, era meados dos anos 80/90, ficando sempre a esperar, às vezes com muito mais desejo do que o próprio 25 de dezembro, até porque nunca gostei muito do natal (ao chegar no terraço da casa de minha avó tinha que tomar a benção das 8 tias que ali estavam). O que lembro bem é ter, mesmo na minha visão de criança, a sensação nítida de saber o que se passava em minha casa, eram dias de luta, como ainda hoje são, mas em especial, naqueles dias, lutas em dobro, pois havia uma tal de inflação que não conseguia saber que bicho era essa que acuava meus pais, mas acabava percebendo que tudo era com dificuldade, assim, não requisitava as melhores coisas, ou a modinha do momento, apenas expressava um brilho nos olhos quando olhava algo na TV (tubo preto e branco), mas não ousava pedir.
Porém, naquele momento pensava ser puro milagre, sempre os dois heróis conseguiam apresentar os meus desejos no tal dia 12 de outubro. Um desses anos, ganhamos os brinquedos do "Trovão Azul", outras vezes os bonecos do He-Man, Comandos em Ação, Caminhões, Ônibus, outras vezes os "botões de acrilíco", esses eram a festa, que se fazia de um enorme encontrão na calçada da casa de vovó, à noite, com os outros amigos, cada um com seus presentes, Daniel, Marcelo, David, Cristiano, Fabricio, Jones, Manelzinho, Alonso, Arilton,  tanta gente boa, alguns não mais com a gente....vez por outra rolava briga, mas era só de momento. Dia era tão diferente que até aprontávamos e nada de grave acontecia, lembro até da campanhias das casas do bairro, essas sofreram por demais, inclusive a preferida sendo a da casa do professor Tellius, que chegou a pegar seu amigo aqui na "boca da butija", tocando e saindo correndo...Meu Deus!! O coração faltava pular....

Enfim, Dia das Crianças era sempre mágico, mas sem exigencias bobas, o que vinha tava bom ...Hoje, já com um tempinho de tais momentos, passamos a qualidade de pais, e renovo tais sentimentos, sem a exigência da moda, sem a necessidade do querer consumista, mas sim a vontade de estar com eles, porque era assim que Reis e Leila, Vovô Clóvis, Vovó Raimunda, "Tia Fransquinha", Tia Nenê, Tia Maria e Tia Nilsa nos tratavam, como filhos: amor incondicional.


PS! crônica em homenagem àqueles que fizeram meus dias das crianças sempre felizes, cada um de seu jeito, em especial aos que já me esperam em um outro plano, devo tudo a vocês.

Um comentário:

  1. Que coisa mais liiiiiiinda, amigo!...
    Parabéns pela família maravilhosa que lhe deu tanto amor e carinho nessa vida... Parabéns pelos pais carinhosos e atenciosos!... Parabéns pela família que você e Andréia formaram... Um abração a todos...

    Andrea Garcia
    Araióses-Ma

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